Hipnótica tela de cristais
Lágrimas sem líquido
Sem os devidos sais
Homérica odisseia
De parecer gente
Feérica inútil plateia
De poder indiferente
Aos sentimentos
Aos fragmentos
Das linhas e entrelinhas
A vaidade nunca adormece
Quando a cidade esquece
De apagar suas janelas
Aquelas pessoas lá
São as únicas que há
Ruas e becos sombrios
Aqueles dizeres híbridos
: vazios quereres vazios
Que no tablado de luz
Tudo o que mente seduz
Tudo é vera postagem
Tudo é mera miragem
O parto das sombras
Da caverna
Na parede do quarto
Da idade moderna
A rede de seres antissociais
A teia dos tímidos boçais
Na veia o ácido ribonucleico
Finge que é puro o sangue
Que tinge as frias paixões
Plêiades no céu das ilusões
Isolamento coletivo crônico
Momento decisivo atônito
Da mais estranha espécie
Dentre todas as civilizações.
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