quarta-feira, 3 de abril de 2013

Do Passado Tardio


À sombra do Pau d’Alho
Às margens do rio Paraíba
Vejo vales verdes e calmos
Sonho com os espinhaços
As pedras lias da Guanabara
Estou com os pés molhados
Da pouca água do Banabuiú
A seca é minha geografia
E um cio calafrio sobe o talo
Enquanto me calo de medo
Meteoros no céu de Quixadá
O chá mate ainda tão planta
Na noite do istmo que cai
Sobre os telhados do Iguape
Os bambus do aeroporto
No caminho de Salvador
A marina de Jeri em silêncio
Eu tenho andado distante
À beira do cimo penhasco
Deitado no córrego limpo
Os jatobás escorregadios
A serra do Ipu da bica alta
O pão assando e o trem
Sempre falarei deste trem
Madruga em Maranguape
O primeiro voo hipnótico
A primeira solidão vazia
As ruas da Vila Olímpia
A ponte de Guararema
O sol em Paranapiacaba
Os fantasmas na velha gale
Hoje eu quase me esqueço.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aqui, você.