sábado, 13 de abril de 2013

Imundo Submundo


Que tenho eu com as ruas da madrugada
Por onde cães esquecidos reviram o lixo
E os bêbados sem dono ladram
Que tenho com as calçadas sujas
Absorventes usados e cacos de cascos verdes
Quanta desilusão, engano e degredo
Tudo começara alegre como sempre
Que tenho eu com as fantasias imbecis
O buraco vazio no plexo dos fantoches
A alcateia dos paspalhos eufóricos
Os desmamados por detrás dos volantes
Que tenho eu com o vômito pisado nos toaletes
E a baba na camisa nova para pagar em janeiro
Que sei eu desta infelicidade toda
Que não a minha própria indiferença
Meus sentimentos cristalizados de desdém
Minha película escura a setenta por cento
E as esposas tirarão as meias entre palavrões
Quando amanhã será como outro qualquer
E as culpas se afogarão no ébrio inconsciente
E mais uma vez alguém assiste às gargalhadas
Que tenho eu com as fortunas destes patifes
Que enfeitam esta morte que custa tão caro.


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