domingo, 17 de março de 2013

A Fé


Qual espécie de sentimento que punge
Que canta pelos pórticos dentro do peito
Qual ladainha repetida a guisa de alento
O medo se originou nesta dor tremenda
Que deu origem ao sim da vã esperança
E na direção da qual os olhos vendados
O corte das espadas infames e cruzes  
As dissensões e as contendas ignóbeis
Qual som que tem teu nome engastado
Rebatido os lastros soltos neste oceano
Esta tão epífise percepção de que ainda
Mesmo derrocada a última das sílabas
Assaz repetida ao sabor das travessias
Se suas a fronte de senhores e cativos
Trazes um sentido a mais e que ocultas
Prenda tola de que tanto nos tem privado
No tanto que também deliberas e estiola
De sentido e de certeza quase figurativa
Pepitas ao longe este fulgor tão singular
Mas tudo isto em o silêncio da miragem
Cabalas por entre os séculos e séculos
E mesmo o depois que o tempo não tem
Cala ante o corso das tuas carruagens
De qual destreza perjuras para existir
Que os sempres deixam de ser eternos
E universos expandem à tua conotação
Há que haver nisto tudo a simplicidade
Ou tua pronúncia não delataria este mal
Mesmo um sopro sem as persignações
Uma titubeada frase rouca e moribunda
Ou um átimo que se evapora no pensar
E és no infinitivo do instante conjugado
Num espaço entre duas ou mais vidas
Como algo de que já se pudesse supor
Se se visse frente ao espelho constato
Como se bastasse rogar-te e receber
Ou burilar as iniciais na coluna que és
Que tua existência está em seres nada.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aqui, você.