Tenho o coração debruçado
Na janela que dá para a solidão
Meu peito roça as plantas do jardim
As plantas que cresceram demais
Meu olhar por trás da água das casas
Vê muito além de seus quintais
Tenho o coração agarrado
A um feixe de lembranças sem cor
Este peso que me mantém acordado
Para eu não ser tragado pela dor
Mas é apenas um enredo muito antigo
Um medo que insiste em seu castigo
Nem sequer uma lágrima merece
Tenho o coração todo em prece
Sem mesmo ao menos balbuciar
Tenho este não que nunca me esquece
E que só me aparece assim, sem avisar.
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