Sou um molho
de frases abstrais
Lidas com
pressa por quem passa.
Faço, às
vezes, é sentido algum.
Os dendritos
atrofiados:
Minhas sinapses
abissais...
Fico muito,
muito confuso
Assim como
um troco faltando
Sem ter
havido trapaça,
Pelo que não
vale a pena voltar.
Sou manso,
tenso e me contorço.
Depois
continuo andando
Pensando estar
parado
Ali, congelado
no mesmo lugar.
Minha poesia
é clandestina,
Tola e desacademicista
–
Fico tão
enfadado dela
Quanto os
que me pedem
Por favor, para
que eu não insista.
Já a poesia
dos outros...
Ah! Esta sim,
a poesia dos outros!
Esta é que eu
não suporto:
“Oh! Príncipes,
meus irmãos...”
(Todos atados
de pés e mãos)
Como eu, querendo
só por vaidade.
Vejo o cortejo
destas coisas,
Mas fico
calado como um sino
Somente prestes
a eclodir.
Imaginem
este cenário:
Quando menino
Entrava no
campanário
E deixava a
corda me subir
...
Mentira! Nunca
fiz isso,
O que sempre
fiz foi mentir.
Por isso
virei poeta,
Que é como que
não virar nada,
Uma vida
meio aparvalhada,
É quase o
mesmo que desexistir.
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