A mesma idade
que nos arrebata,
Que vai
deixando as coisas para trás,
Vai consumindo
correntes e algemas,
Quando então
as portas se abrem
E nem notamos
que já é de manhã.
A mesma
ilusão que nos compeliu,
Mesmo que
agora arrefecida e muda,
Mesmo que há
tanto tempo guardada,
Servirá de
indumentária à festa que virá.
Assim como
também nos fará companhia,
Pois dia
chegará em que estaremos prontos.
Não como
estivemos antes de tudo ruir,
Estaremos
vazios de dor, de passado, de nós.
Para que tudo
o que nos faltou nos esqueça
E as
fantasias que restaram comecem a sorrir.
E os dias
sejam apenas caminhos serenos
Por onde
nossas mais despojadas alegrias.
Somos agora
como que um veio de vida
E as nossas
lembranças não mais atemorizam,
Os nossos
pretextos perderam a razão.
A mesma idade
que nos experimenta,
Que nos vai
ensinando de erro em erro,
Mostrando-nos
o quanto que tudo passou,
É o nome do
tempo perdido no âmago ser
Que em cada
um de nós se deixou resgatar.
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