Qual
palavra me salva
Dentre
as que me depõem
Absolutamente
nenhuma
Quais
estados perfeitos
A agradar
os covardes anônimos
Espalhados
a difamar-me
Talvez
até pior que isto eu seja
Visto
que não me conhecem
Porque,
afinal de contas
Quem
saberia sem viver comigo
Nasço
predestinado à dúvida
Todas as manhãs
Esta
mesma dúvida que incomoda
E
por isso mesmo tantas certezas
A respeito
de quem não sou
Os
venenos mentais meus
São letíficos
ainda que em silêncio
Por
isso tomem cuidado
Não
queiram que eu me explique
Ou que
me defenda. Não.
As
minhas racionalizações
De suas
conjecturas
Passam
longe, bem longe...
Sou
capaz de ser feliz
Com
algo tão ínfimo – como pode?
Que
acabo não percebendo
O tamanho
de seus inúteis bens
Algo
de infame eu tenho, sei
Por não
ver propósito algum
Neste
júbilo usurpado
Que vocês
preconizam
Ao
falar mal de mim
Pois
saibam: eu gargalho
E me
divirto com o desdém
Pois
sei que tudo passará
E vocês
também
Não
chego a sentir raiva
Tampouco
gasto meu pesar
Se
não sou apto a quem me ama
Imaginem
se o conseguiria ser
A
quem nem sabe como me detestar
Parem
de perder tempo comigo
A
vida é curta e muito tortuosa
E
não sou eu quem a vai endireitar.
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