sábado, 16 de março de 2013

Vagamente


Sonhei que amava.
Acordei sozinho,
Mas era nítido:
Decerto era amor,
Pois me amparava
E era caminho.
E, estranhamente,
Fazia sentido.
Havia o silêncio
Que só a intimidade
Assim, condoída. 
Havia a certeza
De toda uma vida,
De muito além
De qualquer beleza. 
Sonhei que era paz,
Pois me refazia
E intrigava também
Quando nada pedia.
Lembro-me pouco,
Apenas o vulto,
A vaga fisionomia 
– 
Mais sensação breve
Que imagem clara.
Decerto era sonho,
Pois me entregava
E parecia amor.
E aquilo era leve,
Era um toque suave
De mãos reconhecidas,
De histórias vividas
E de águas profundas.
De olhares antigos
Como que nos redimindo
De nossos elos perdidos
De onde fomos sumindo
Até restar só a mim...
Mas como era amar
Certamente era amor,
Que era um sonho
Que só sabia sonhar:
Não podia acordar,
Nem podia ter fim.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aqui, você.