quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Fantasmalírica


Eu e os fantasmas no quarto
Minhas céleres lembranças
Noite só entrementes 
Como o parto das vinganças
Minhas horas de brinquedo
Meus miasmas, meus agoras
Meus medos
Eu e as correntes ao lado
Os minutos confidentes
Que carregam meu passado
As imagens sem nenhuma cor
De um sonho semiacordado
Minhas longas viagens astrais
E a dor de haver eu estado
Quando agora nunca mais
Eu e minha falange
Pelo assoalho que range
Como fogo em galho seco
Como o eco renitente
Da prataria arrebatada
Do grito de cada figura
Os solavancos na escada
Pelos flancos do teto
A casa inteira acordada
Meu vazio tão repleto
E eu à beira da loucura.


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