Apartado do
sentido de si próprio,
A mente
erma, o coração em solilóquio,
Canta por
dentro o poeta.
E é que
então se agiganta a indigência,
O espectro
de inutilidade, ainda mais.
A identidade
hipotecada deste ser
Que veio ao
mundo no sentido figurado
Do viver, do
estar e apenas isto.
Até mesmo
para os seus
Cada vez
menos ele é,
À medida que
a poesia
Pronuncia seu
letal anonimato
Como um vírus
de ausência,
Uma queda
para dentro deste nunca,
Este salto de
demência sobre o hiato que já havia:
Um coma
induzido pela agonia no ponto vital...
O poeta toma
seu antídoto e some, arde invisível
Como chama azulada
sob o sol.
Um calor que
funde os ferros da palavra
Acorrentada,
demudada em punhal,
A palavra desde
o seu primeiro sopro,
Desde sempre
o mesmo jorro,
Após o choro
que é nascer
A cada
verso, cada linha, cada lira.
O poeta é a
própria harpa,
A própria
pira, e a poesia,
Ela é o ar que
lhe respira,
O mesmo ar através
do qual
O som do
grito de espanto se propaga
Enquanto o
silêncio se retira
E a dor do poema
se apaga.
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