Era um
quintal pequeno
Onde os
meninos corriam seus sonhos
Nas trilhas
que faziam com pedrinhas de seixo
Era um tempo
em tom pastel, era brando
Que passava
lento, morno, aos móis
Da cidade
inteira ser somente candura
E da rua
principal ser bem distante
As réguas de
madeira, os fósforos
As barras de
sabão sem embalagem
As roscas e os picolés de refresco
Toda a festa
dos passarinhos
No oitão da
goiabeira...
Era a
própria juventude
O nome
daquele tempo
Quando tudo
era quietude
Quanto mais
passava o dia
A casa
derramava chuva limpa
No declive da
água que ia dar na biqueira
E tomavam
banho a tarde inteira
E soltavam
peão, pipa
Era bola de meia, de gude
E brincavam
de pegar
Com a manja
no próprio jato espesso
E gritavam e
riam
Sobretudo riam,
riam muito
Que aquele
tempo era um tempo alegre
Era simples, era o tempo da verdadeira poesia.
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