quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Escatomusicália


Música escassa
Melodia pálida
Mínima que passa
E não se ouve
Colcheia inválida
Música fétida
Hermética ideia
Som sem prodígio
Sem visgo
Pouco vestígio
para muita plateia
Nova canção
Qual o quê!
Basta ouvir que se vê:
Mesma burrice
Outra ilusão
Crendice tola
Som que tine
Que zune
E pune
Que imola
        
             Os ouvidos meus

Espécie de tortura
Contraponto moleque
Colapso de mesura
Tonto salamaleque
Pérfida tablatura
Gasto de tinta, tempo e papel
Que nem mesmo o céu te quer
Música abjeta, obsoleta, cruel
O espaço te projeta em remedo
Fazendo ecoar em segredo
O cansaço que te ouvir provoca
Ânsia de vomição e desmaio
Ao perceber que cada zangão
Cada um que é teu lacaio
Não sabe daquilo que escuta
Nem muito menos do que toca
Música rota –
Que o termo em si refuta
Música sem orna e sem dó
Diabo de música escrota
Bigorna de uma nota só
...

Oh! Barulho filho da puta.






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